Empreendedorismo - Mulheres de Mantaba são exemplo de luta
As sete irmãs de Mantaba impressionam sua história de vida e determinação, juntas uma cooperativa que é tida como um caso de sucesso. Não é por acaso que as Mulheres de Mantaba, como são conhecidos, são hoje uma referência nessa localidade íngreme de Santa Catarina de Santiago.
Mantaba, no concelho de Santa Catarina (de Santiago), mais concretamente na Ribeira dos Picos, possui um clima propício para cultivo de frutas e de hortícolas. É um lugar de difícil acesso, que esconde a história de um grupo de sete irmãs que, para driblarem as dificuldades da vida, criaram a cooperativa “Mulheres de Mantaba”. Esta é a história de Joana, Mena, Augusta, Isabel, Vitalina, Luísa e Carla. Através do projecto inicial da empresa Prodesa, criada há sete anos e financiada pelo Banco Árabe de Desenvolvimento Económico em África (BADEA),
as sete irmãs formaram a cooperativa “Mulheres de Mantaba”. No início, João Baptista Freire, então edil de Santa Catarina, obra, conseguiram uma plantação considerável de plantio”, diz Joana com orgulho.
No trabalho duro do dia-a-dia, Joana é a coordenadora do grupo destas sete “irmãs coragem”. Há um ano atrás, ficou deficiente de um braço devido a uma queda na lavoura. Porém, isso não a impede de ajudar a manter de pé o projecto e, mais do que isso, a empurrá-lo para frente. São as próprias irmãs que fazem a distribuição dos produtos, pelos caminhos de cabra, até chegarem à Assomada. Na época das chuvas, a comunicação torna-se ainda mais difícil.“Como a estrada é de ligação, muitas vezes, transportamos os produtos na cabeça até à estrada para que os produtos sejam distribuídos em outras localidades vizinhas”, realça Joana.
Das sete irmãs, Joana foi a representante da cooperativa no projecto “Picos Engenho”, uma iniciativa da Delegação da Assomada para participar nas feiras realizadas pelo Ministro da Agricultura. Já esteve também em São Filipe (Fogo) e na Cidade da Praia. Mas nada supera a experiência e os conhecimentos adquiridos durante a sua participação na Feira Internacional de Agricultura, em fortaleza Brasil.
Conforme relatou, Joana diz ter vivenciado momento que nunca pensou serem possíveis.
“Fui sem nenhuma ideia, não sabia o que me esperava. Ao chegar, conheci vários lugares e pessoas, vi coisas importantes, a tal ponto que se houvesse caminho de estrada para chegar ao Brasil eu iria no outro dia”, diz emocionada.
Do que viu no Ceará, Joana ficou particularmente encantada quando soube que, por exemplo, as folhas de caju fazem curas milagrosas de diabetes, asmas, canseira. “Não tenho escola, não sou aluna, mas graças a essa viagem ao Brasil já estive na Universidade e já aprendi”, afirma orgulhosa.
FONTE: REVISTA INICIATIVA
(texto: Samira Silva, foto: Alfa Comunicações - MAR-ABR2012 | EDIÇÃO Nº 41)